quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

- EXPOSIÇÃO -

INSTALAÇÃO VISUAL "JANELAS PARA O CERRADO"
por Raquel Mendonça*

Fábio de Assis Ribeiro, o extraordinário artista plástico Biolla, está com brilhante Exposição Individual (Instalação) na Galeria de Artes Godofredo Guedes do Centro Cultural Hermes de Paula, “Janelas para o Cerrado”, que será encerrada no dia 28 de fevereiro, com todas as suas belas obras a venda, por preços acessíveis. 

Biolla em sua Exposição Individual, Janelas para o Cerrado

Raquel Mendonça com o querido e talentoso amigo Biolla

Com a sua bela Exposição de Artes Plásticas, Instalação Visual, onde o tema é a natureza e suas múltiplas visões, "Janelas para o Cerrado", aberta no último dia 07 de fevereiro, na Galeria de Artes Godofredo Guedes do Centro Cultural Hermes de Paula, durante a 29ª Festa do Pequi de Montes Claros, encerrando-se no dia 28 deste, que homenageia o fruto símbolo do cerrado norte-mineiro, Fábio de Assis Ribeiro, Biolla, mostra, mais uma vez, todo o seu talento artístico, seu poder criativo, usando elementos inusitados ou não no desenvolvimento de trabalho cultural de alta qualidade, beleza e expressão!..






A Galeria de Artes do Centro Cultural, que leva o nome do "pai das artes plásticas de Montes Claros", segundo palavras de Ray Collares, o nosso grande e saudoso Godô (Godofredo Guedes), está tomada por plantas, flores, "coisas do cerrado", com objetos e obras expostos em módulos ou painéis, a maioria deles feita em Montes Claros, de 2009 para cá - há um lindo "Painel do Pequi" feito em 1995 -, lembrando, em algumas peças, o sincretismo religioso, ou seja, a reunião de doutrinas diferentes ou incongruentes entre si.




Mas tudo é movido pela releitura que o artista faz do cerrado, das carrancas, dos catopês, etc. Chamam a atenção as obras "Psíquico" e "PiquiSco", entre muitas outras, a revelarem o imenso talento do premiadíssimo artista, tanto em Montes Claros quanto em grandes cidades, tendo conquistado o 1º Prêmio no XII CAAP - Concurso Anual de Artes Plásticas de Montes Claros, em 1991; vencido o Concurso Momentos Inesquecíveis MILLE (Museu da Casa Brasileira), São Paulo, em 1993. Em 1995, conquistou Menção Honrosa (entre muitas e muitas outras...) no I Salão do Cerrado em Montes Claros e o 1º Prêmio no II Salão do Cerrado (1996). Em 1997, ganhou o "Prêmio Logomarca da Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros" e o "Prêmio Telemig (Telecomunicações de Minas Gerais S/A), pela Escolha da Capa da Lista Telefônica da Microrregião de Montes Claros; foi, em 2010, vencedor do Salão de Artes e Meio Ambiente de Montes Claros, entre outros.

Nas peças de arte em honra ao cerrado, a representação do simulacro e simulação de Jean Brilax, na sua visão, seguindo um tratado filosófico do próprio Jean Baudrillard, que discute a relação entre realidade, símbolos e sociedade, pois simulacros são cópias que representam elementos que nunca existiram ou que não possuem mais o seu equivalente na realidade e simulação é a imitação de uma operação ou processo existente no mundo real. O simulacro nunca é aquilo que esconde a verdade, mesmo porque é a verdade que esconde o que não existe... e o simulacro é verdadeiro, como verdadeira é a imaginação natural, em tudo real...

Assim, o trabalho artístico, toda a instalação visual criada por Biolla para a Festa do Pequi, estão recheados de sinais, com o modo como eles se relacionam com a contemporaneidade ou existências simultâneas ficando claro a cada olhar, a cada janela que se abre entre os módulos, a cada abordagem ou dúvida que paira no ar... Baudrillard afirma também que a sociedade atual substituiu toda a realidade e significados por símbolos e signos, tornando a existência humana uma simulação da realidade. Além disso, esses simulacros não são meramente mediações da realidade, nem mesmo mediações enganadoras da realidade. Eles simplesmente ocultam que algo como a realidade é irrelevante para a atual compreensão de nossas vidas, no mundo complicado de hoje. Viver a verdade é preciso, mas não é vã a filosofia! Cada um tirará as suas próprias conclusões arte a arte!...

Em Brumadinho e depois em Brasília (2012), Biolla considera tenha sido a sua "Fase Óxida", utilizando pigmentos óxidos, com mais "escuro", com os Totens surgindo a partir da leitura das carrancas e seus significados. Totens cheios de flores, de peixes, de natureza, "Totens para o Preconceito" contra o negro, o índio e até mesmo contra o meio ambiente, nas palavras do artista.

Biolla nasceu em 16.10.1953, em Engenheiro Dolabela, município de Bocaiuva, que lhe proporcionou, por suas características naturais e culturais, seguir pelo percurso das artes plásticas, pois havia ali muitos aspectos e fatos que despertavam curiosidade e criatividade nas crianças, como a indústria, com seus mecanismos próprios; as máquinas que circulavam pelo local, a ferrovia, com uma grade de horários de trens por todo dia e também pela noite; o cinema, o campo de futebol, as plantações de cana de açúcar, as festas religiosas tradicionais. Assim, a arte foi crescendo no seu peito de menino!

Ainda criança, estudou (interno) no Seminário Diocesano de Montes Claros, onde ficou por quatro anos (1965/1968). Estudar em Montes Claros, segundo ele, contribuiu imensamente para a sua melhor e maior compreensão e entendimento dos passos que a vida iria lhe propor seguir mais adiante. No início da adolescência, residiu em Vespasiano por dois anos e, depois, por três anos em Belo Horizonte, onde começou a visitar e visualizar galerias de arte, a antiga Feira da Praça da Liberdade e outras formas de fazer e vivenciar as artes plásticas, o abstracionismo, concretismo e outros estilos mais; o artesanato em couro e outros materiais, recicláveis ou não. A partir daí, começou a elaborar desenhos artísticos em nanquim, e ,em 1975, expôs obras suas no recém criado “Quarteirão do Povo”, junto com grandes nomes das artes locais, como Godofredo Guedes, Konstantin Chistoff, Carlos Muniz, Hélio (Patão) Guedes, Samuel Figueira e outros e, desde então, vem desenvolvendo obras artísticas em vários estilos, níveis e categorias. Biolla iniciou, portanto, nas artes plásticas, em 1975, como autodidata. Foi o seu chute inicial rumo a uma carreira promissora nas artes plásticas, hoje no vasto mundo das instalações, que ele vem buscando enriquecer e aprimorar cada vez mais!...

Cursou 01 (um) ano de artes plásticas na Fundação Escolas Guihard, em Belo Horizonte (1983), e, neste período, desenvolveu iniciação aos desenhos de paisagem, figura humana e expressão bi/tri dimensional. Cursou História da Arte, Antropologia Filosófica, Introdução à Pintura com Carlos Wolney, desenhista, pintor, gravador e professor de Artes Plásticas. Na Escola Guihard, fez também curso extra curricular de Têmpera com Herculano Ferreira, artista plástico, artista gráfico e professor, graduado em artes plásticas pela Escola Guignard, o que muito contribuiu para o seu hoje vasto e rico aprendizado, embora ele reconheça que ainda tem muito a aprender!...

Biolla tem uma relação muito grande com Joaquim Felício - onde reside atualmente -, Montes Claros, Coração de Jesus, Brumadinho, Janaúba e Belo Horizonte - no mais das vezes estava entre Montes Claros e Belo Horizonte -. Desenvolve pesquisas de materiais orgânicos na Serra do Espinhaço, Serra do Cabral e Serra da Moeda. No cenário de sua exposição em homenagem ao cerrado, há dois conceitos ou motivações maiores: de um lado, o "Morro Dois Irmão" (Pico Dois Morrinhos), símbolo maior de Montes Claros, tombado pelo município, destacando o seu berço bucólico, relativo à vida natural; a paisagem pura que, para ele, é como se fosse um grande jardim e, do outro lado, o concretismo ou abstracionismo, em obras que partem da realização de uma imagem autônoma, não originada de modelo natural, e que se utiliza de elementos geralmente visuais ou táteis, na confecção de objetos e pinturas, em imagens, formas e cores com ritmo, expressão próprios, nascidos unicamente da livre manifestação da sensibilidade e escolhas do artista!...

Em Montes Claros, retrabalhou as obras, retomando a fase de policromia, em suas diferentes cores, "montesclareando" novamente a sua arte, em razão da luz intensa que existe na cidade, que penetra e acaba por fazer parte da própria arte. O artista plástico Haroldo Coelho colaborou com a montagem da exposição, contribuindo, segundo suas palavras, para a construção desta que é uma verdadeira celebração do cerrado na Festa do Pequi, cujo Curador é o super competente Augusto Gonzaga, em seus 35 anos de arte e cultura!...

É preciso destacar, ainda, o desenvolvimento de trabalho técnico por parte do artista, com grande habilidade técnica no AutoCAD. Da sua experiência técnica profissional, destacamos a prestação de serviços de desenho técnico no AutoCAD para a COBRAPE – Cia. Brasileira de Projetos e Empreendimentos – Belo Horizonte – MG (2011-2012); prestação de serviços de desenho técnico no AutoCAD, para diversos profissionais liberais civis e instituições públicas: Prefeitura Municipal de Coração de Jesus (MG); Prefeitura Municipal de São João do Pacuí (MG); Prefeitura Municipal de São João da Lagoa (MG); Prefeitura Municipal de Montalvânia (MG); Prefeitura Municipal de Pedras de Maria da Cruz (MG); Prefeitura Municipal de Joaquim Felício (MG) e Prefeitura Municipal de Montes Claros (MG) – (2004 – 2011); prestação de serviços de desenho técnico para profissionais liberais (2001 – 2003); prestação de serviços de desenho técnico para profissionais liberais, para a PROPEC (Projeto Jaíba e outros) e para a PLANAT (Projeto Jaíba e outros) – 1989 - 2000; Assessoria Técnica na Industrial Malvina S.A. (1986 – 1988). Entre os anos de 1974 e 1986, prestou serviços para várias empresas e órgãos, como a Construtora Ribeiro, a COPASA S.A., o DER – Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais, em Prefeituras Municipais, no Grupo Atalla e a profissionais liberais.

Residindo atualmente em Joaquim Felício, mas com longas, frequentes e produtivas passagens artísticas por Belo Horizonte e, de modo especial, por Montes Claros, onde venceu vários Concursos Anuais de Artes Plásticas, o CAAP, com muitos outros prêmios artísticos mais no seu longo Currículo Cultural, Biolla pesquisa todo o cerrado norte-mineiro - cujo fruto símbolo é o pequi, a quem Biolla dedicou duas de suas obras de arte, em exposição no Centro Cultural Hermes de Paula – as belas veredas, matas, rios, cachoeiras, subindo serra a serra, para encher o coração com a beleza incomparável da natureza e consequente inspiração para conceber e confeccionar arte a arte!...
  
Biolla tem vasto Currículo Cultural, incluindo importantes Exposições Coletivas, Individuais, habilidades mil, grande experiência técnica profissional, de modo especial em desenhos técnicos no AutoCAD.

Vá simplesmente se deslumbrar na Galeria de Artes Godofredo Guedes do Centro Cultural Hermes de Paula, até o dia 28 deste mês!

Abra as janelas e entre cerrado adentro!...

O cerrado como resultado da notável criatividade, talento e visão de mundo amplificada de Fábio de Assis Ribeiro, o nosso grande Biolla!!

Visite, veja, aprecie e adquira!...

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