quinta-feira, 19 de março de 2020

- Oração -

Arcanjo São Rafael 


São Rafael, cujo nome significa "médico de Deus",
Vós que foste encarregado de acompanhar o jovem 
Tobias na sua viagem ao país dos Medas, e que, ao 
voltar, curaste a cegueira do pai de Tobias.

São Rafael, Vós que ajudaste e socorreste o pai de 
Tobias, fazendo com que se realizassem os seus 
desejos e aspirações, nós Vos imploramos e pedimos 
a Vossa assistência.

Sê nosso protetor perante Deus, pois Vós sois o 
caridoso médico que Ele envia aos seus fiéis.

São Rafael, curai-nos de qualquer doença.
Fazei-nos ter sempre saúde, pois não deixaremos 
de Vos render graças.

Assim seja.

- Rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Credo -

segunda-feira, 2 de março de 2020

- Artigo -

RESTAURAÇÃO DA CAPELA 
DE NOSSO SENHOR DO BONFIM -
A "IGREJINHA DOS MORRINHOS"

Igrejinha dos Morrinhos

A Arquiteta e Urbanista SANDRA FOSQUE SANCHES, graduada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1984, Diretora de Promoção e Extensão Cultural de Ouro Preto, detentora de vasto conhecimento e longa experiência nas áreas de Patrimônio Cultural e Museologia, com ênfase em ações educativas e projetos de restauração do patrimônio histórico, artístico e cultural, atuando principalmente no patrimônio cultural brasileiro, conservação e restauração do patrimônio cultural, educação patrimonial e políticas públicas de preservação, esteve em Montes Claros nos últimos dias 19 e 20 de fevereiro (quarta e quinta-feiras), para Visita Técnica e análise, avaliação e parecer de todo o minucioso, detalhado e perfeccionista processo de restauração pelo qual vem passando a histórica Capela de Nosso Senhor do Bonfim, popularmente conhecida como "Igrejinha dos Morrinhos", pertencente à Paróquia de Santa Rita de Cássia da Arquidiocese de Montes Claros, cujo Pároco é o muito querido e admirado Padre Pedro Henrique da Cruz, extraordinariamente inteligente, preparado e competente (é ainda laureado professor do Seminário local), filho da vizinha Bocaiuva, com Montes Claros já o tendo adotado de alma, espírito e coração, por tudo que faz e representa para a cidade e região, com toda sabedoria e prática rígida dos princípios religiosos, seguindo os seguros e abençoados passos do grande e respeitado Arcebispo de Montes Claros, Dom João Justino de Medeiros Silva, um ser em tudo iluminado!...

Sandra Fosque Sanches foi Presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de Ouro Preto - COMPATRI e Diretora da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). A arquiteta é expoente na valorização do patrimônio histórico de Ouro Preto, tendo representado a cidade na Conferência Nacional de Cultura. Atualmente, Sandra Sanches é Assessora de Promoção da FAOP e mestranda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, com notável trabalho realizado na área de preservação e conservação do patrimônio histórico, artístico e cultural em várias cidades!

Assim, a nossa bela e histórica "Igrejinha dos Morrinhos", símbolo do Patrimônio Histórico da cidade, peça importante no acervo cultural-religioso de Montes Claros, esteve recebendo a importante Arquiteta, para fins de avaliação final, visando ao prosseguimento ainda mais claro e definido das obras de restauro de uma das mais antigas construções religiosas da cidade, que ainda conserva grande parte de suas características originais, com prospecções sendo ali realizadas, buscando resgatar parte das características originais perdidas em obras de reforma, que pressupõe descaracterização, ocorridas em passado ainda recente, e não restauração de fato, como a iniciada em 1996, tendo à frente o renomado Arquiteto e Urbanista Wellington de Carvalho, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA-MG, obras estas patrocinadas pelo saudoso empresário Sebastião Landes Tolentino, da "Sementes Tolentino", que cobriu todos os altos custos das obras de restauro - cerca de 70 a 80% delas - referentes a materiais de alta qualidade, os mais adequados, apropriados e especiais, maioria deles adquirida em Belo Horizonte e outras cidades, além da equipe de obras especializada em restauração, também de BH, pois a Igrejinha dos Morrinhos, na década de 1990, apresentava risco de desabamento iminente e, segundo avaliação de técnicos, entre engenheiros civis e arquitetos, "em três meses iria ao chão, desabaria, se nada fosse feito!" Antes de mais nada, foi feita a devida e indispensável escora ou escoramento, reforço estrutural amplo e, logo após, tiveram início as longas, minuciosas e primorosas obras de restauração!...

A necessidade e a importância de preservação da Capela de Nosso Senhor do Bonfim, tombada pelo município, após deliberação nesse sentido do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Montes Claros - COMPHAC, de modo a resguardar a história da cidade de Montes Claros, de Minas Gerais e do país, vêm sendo a grande preocupação e ocupação, desde os últimos meses do ano passado, do grande Padre Pedro Henrique da Cruz.


HISTÓRICO E ASPECTOS ARQUITETÔNICOS:



Visão interna da Igrejinha dos Morrinhos

A primeira notícia que se tem da Capela é uma nota do Jornal "Correio do Norte", dando conta de que a Sra. Germana Maria de Olinda abrira uma subscrição, em 1884, para angariar esmolas para a construção de uma capela, em pagamento de promessa feita a Nosso Senhor do Bonfim. A campanha foi bem aceita pela população, que contribuiu em massa. Apesar das quantias pequenas, o fato de serem numerosas fez com que Dona Germana arrecadasse valor significativo. Construída pelo engenheiro francês Caillaud, a 14 de setembro de 1886, a Capela foi solenemente inaugurada pelo Padre Manuel Ribeiro Assunção. Embora tivesse como padroeiro ou orago Nosso Senhor do Bonfim, imagem doada pelo desembargador Antônio Augusto Veloso, a Capela chamou-se, inicialmente, "Capela de Santa Cruz", que permaneceu desativada por longo período, devido ao seu afastamento do núcleo urbano da cidade e à ausência de sacerdotes. Em 1930, reparos efetuados pelo Dr. Marciano Alves Maurício descaracterizaram-na. Posteriormente, no final da década de 1940 - o mesmo que se quer agora - retomou sua forma original, através de intervenção realizada, no final da década de 1940, por Demóstenes Rockert. Embora tenha passado, ao longo do tempo, por diversas reformas, manteve, no entanto, sua arquitetura original, até obras descaracterizantes realizadas em 2007. Dona Germana Maria de Olinda faleceu aos 86 anos de idade, no dia 15 de novembro de 1902, sendo o seu corpo justa e merecidamente sepultado no interior da capela, capela que ela construiu com muito trabalho e esforço, num trabalho de fé e devoção a Cristo.

A edificação, de linhas simples, porém de formas belas e graciosas, desfruta de situação urbana privilegiada, localizando-se em outeiro destacável na paisagem da cidade. Implanta-se em adro ajardinado e cercado, onde destaca-se o cruzeiro em madeira. Desenvolve-se em corpo central, com torre sineira única, ladeado por corpos laterais mais baixos, permitindo, no desvão das coberturas, a iluminação da nave, através de claraboia fixa. As coberturas são em telhas curvas, sendo a torre única envolvida pelas duas águas do corpo central que acompanha o chanfro da fachada. A torre apresenta cobertura em quatro águas de telhas de zinco, estruturada e vedada em madeira. A fachada, chanfrada, recebe vãos emoldurados e vedados em madeira, correspondendo em alinhamento às três portas, três janelas à altura do coro, no corpo central; e duas portas nos corpos laterais. Internamente, a decoração é bastante singela, dispondo apenas de um retábulo de feição popular, mas de beleza ímpar.



SOBRE O RETÁBULO-MOR:

O Retábulo-mor foi confeccionado pelo Mestre Constantino Martins Rêgo, no final do século XIX, de grande simplicidade, ao gosto popular, porém, de rara beleza. Está estruturado no seu terço principal por pilastras que recebem ornamentação com motivos fitomorfos (cachos de uvas), observando-se perfil recortado no camarim. O coroamento, em arco, recebe pintura com motivos florais e arremate em raios. As laterais do retábulo são resolvidas de forma incomum, com a presença de três nichos sobrepostos, ocupados por imagens de gesso. O sacrário é ladeado por quadros com ornamentação central e encimado por pequeno frontão em curva. No trono, escalonado, encontram-se as imagens de Nossa Senhora Aparecida e do Senhor do Bonfim (em madeira - peça de melhor qualidade). O retábulo foi repintado, em torno do ano de 1985, em tons de azul, cor esta predominante, com detalhes em dourado.

RESTAURAÇÃO ATUAL - CORPO TÉCNICO:

Os arquitetos e urbanistas montes-clarenses envolvidos nas atuais obras de restauração da histórica e importante Capela de Nosso Senhor do Bonfim, a Igrejinha dos Morrinhos, pertencente à Mitra Diocesana de Montes Claros, são o Mestre Gilner Rocha, Daniel Ortiga e Régis Eduardo Martins, que integra a Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra e Bens Culturais da Arquidiocese de Montes Claros, tendo à frente o Padre Pedro Henrique da Cruz, que não tem medido esforços, com todo zelo, cuidado e conhecimentos preservacionistas, para fazer o melhor pela Igreja ligada à Paróquia de sua responsabilidade!... Da reunião com a Arquiteta Sandra Fosque participou também Raquel Mendonça, Gerente de Preservação e Promoção do Patrimônio Cultural de Montes Claros da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, além de membro fundadora (1985) e integrante do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Montes Claros - COMPHAC, hoje Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Montes Claros - COMPAC. O convite a Sandra Sanches partiu da Paróquia de Santa Rita de Cássia/Arquidiocese de Montes Claros, que cobriu todos os custos de passagem, hospedagem e alimentação da arquiteta na cidade, onde só pôde permanecer dois dias, em razão dos muitos compromissos de trabalho em Ouro Preto e outras cidades.

OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA:

Os custos das obras de restauração da Capela de Nosso Senhor do Bonfim, Igrejinha dos Morrinhos, com prazo de 06 (seis) meses estipulado pela 7ª Promotoria de Justiça de Montes Claros/MPMG (Curadoria de Defesa de Meio Ambiente, Patrimônio Histórico, Habitação e Urbanismo, Direitos Humanos, Apoio Comunitário e Conflitos Agrários), vêm sendo cobertos pelo valor arrecadado através das ofertas de fiéis, nas Missas em Igrejas da Paróquia de Santa Rita; realização de leilões, rifas e pequenas doações. Uma pena que Montes Claros não tenha se conscientizado ainda que o Patrimônio Histórico e Cultural da cidade são de interesse de toda a população!... Se médias e grandes empresas, entidades, instituições contribuíssem espontaneamente, com o máximo possível - o que acontece frequentemente em muitas cidades culturalmente mais avançadas - as dificuldades seriam bastante reduzidas para o Padre Pedro Henrique da Cruz. Quanto a Leis de Incentivo Cultural, estadual ou federal, elas demandam muito tempo, para confecção de projeto, cadastramento no SALIC ou plataforma do órgão receptor; análise, aprovação e, só então, possível habilitação - caso o projeto não apresente problemas e tenha de ser refeito - para que o proponente possa, então, buscar os recursos, normalmente via empresas patrocinadoras, através de renúncia fiscal. Outra forma é o patrocínio direto, via Editais, por meio dos Fundos Estaduais, como o FEC - Fundo Estadual de Cultura r o Fundo Nacional de Cultura, que, igualmente, passam por longo processo, até a sua finalização e recebimento.

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