sábado, 26 de agosto de 2017

MARIA PASSA NA FRENTE



Maria, passa na frente e vai abrindo estradas, portas e portões, abrindo casas e corações.

A Mãe indo à frente, os filhos estão protegidos e seguem teus passos. Ela leva todos os filhos sob sua proteção.

Maria, passa na frente e resolve aquilo que somos incapazes de resolver. Mãe, cuida de tudo que não está ao nosso alcance. Tu tens poderes para isso.

Vai Mãe, vai acalmando, serenando e amansando os corações, vai acabando com o ódio, os rancores, mágoas e maldições.

Maria, vai terminando com as dificuldades, tristezas e tentações, vai tirando seus filhos das perdições.

Maria, passa na frente e cuida de todos os detalhes, cuida, ajuda e protege a todos os seus filhos.

Maria Tu és a Mãe e também porteira. Vai abrindo o coração das pessoas e as portas nos caminhos.

Maria, eu te peço, passa na frente e vai conduzindo, levando, ajudando e curando os filhos que precisam de Ti.

Amém!!!


MARIA NÓS CONFIAMOS EM TI.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

- Crônica -

- FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS -

Por Raquel Mendonça - 
 em Agosto de 2016 - atualizada.


“Deus te salve, Casa Santa
Onde Deus fez a morada
Onde mora o Cálix Bento
E a hóstia consagrada.”

Obra de Maria de Lourdes

Montes Claros, “Cidade da Arte e da Cultura”, tem nas Festas de Agosto, - grande bem cultural imaterial do município -, a sua maior e mais importante manifestação cultural popular e tradicional, com 178 anos de existência e resistência, a encantarem e emocionarem montes-clarenses e visitantes a cada mês de agosto, que chega com a ventania, a criatividade e a rica, exuberante sabedoria populares.

São festas religiosas, parte expressiva e significativa do catolicismo popular da cidade, em honra ou homenagem a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo, que reúnem práticas, dentro da parte ou programação religiosa, como o levantamento de mastros, missas e bênçãos; os Catopês, Dançantes ou Congado e seus belos capacetes enfeitados com espelhos, aljôfar e fitas coloridas, que se constituem no verdadeiro símbolo das Festas de Agosto de Montes Claros; os Marujos ou Marujada e os Caboclinhos ou Caboclada, bem como o Reinado de Nossa Senhora do Rosário (na cor azul), o Reinado de São Benedito (na cor rosa) - reminiscências das festas de Chico Rei em Ouro Preto - e o Império do Divino Espírito Santo (na cor vermelha), com os Reis e Rainhas de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e o Imperador/Imperatriz do Divino Espírito Santo, filhos, normalmente, de famílias da cidade sorteadas um ano antes ou que se oferecem espontaneamente, no mais das vezes em cumprimento de promessa, para assumir uma das três festas, além do longo séquito de príncipes e princesas, formado por crianças e adolescentes devidamente caracterizados, convidados pelas famílias festeiras, embora aberto à livre participação de toda a comunidade, ou seja, quaisquer crianças ou adolescentes interessados, independente de raça, cor ou condição, podem se vestir de príncipe ou princesa e participar do cortejo, organizado em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros, na Praça Dr. João Alves, com apoio da "Equipe de Eventos" da Secretaria de Cultura - e não "Coordenação", o que compete aos Grupos de Catopês, Marujos, Caboclinhos e seus respectivos Mestres -. Todo o desfile pelas ruas principais da cidade é acompanhado, anualmente e com brilho, pela Banda de Música do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais. Da programação festiva das Festas de Agosto, destaque ainda para as visitas e os lautos e bem servidos almoços oferecidos pelos Festeiros aos Catopês, Marujos e Caboclinhos, participantes dos Reinados ou Império, familiares, autoridades e/ou pessoas gradas convidadas...

À frente das Festas de Agosto, como seu grande, sensato e sábio Coordenador, o nome de João Pimenta dos Santos, o popular “Mestre Zanza”, com seus 84 anos de vida e participação nas Festas, onde começou como "Catopê de Colo", presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, situada na Rua Humaitá, nº 126, com Santa Efigênia, no Bairro Morrinho, criada com apoio técnico nosso e do Prof°. João Batista de Almeida Costa (Joba), para maior organização e fortalecimento dos Grupos. A Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros promove, paralelamente às Festas de Agosto, o 39º Festival Folclórico de Montes Claros, neste ano com vasta programação folclórica, composta de atividades culturais diversas, como lançamento de livros, Encontro de Educadores, Encontro Internacional de Capoeira, Encontro de Tambores, shows musicais e de dança populares, que  se realizam todas as noites, em palcos montados na histórica Praça Dr. Chaves/da Matriz, bem como espaços para barraquinhas de comidas e bebidas típicas...

Além de João Pimenta dos Santos, Mestre Zanza, Chefe do 1º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, há João Batista Faria, Mestre João Faria, Chefe do 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário (Bairro Camilo Prates); Wanderley Ferreira do Nascimento, Mestre Wanderley, filho do saudoso José Expedito Cardoso do Nascimento, Mestre Zé Expedito, chefe do Grupo de Catopês de São Benedito (Bairro Renascença) - a primeira Contra-Mestra é Vera Lúcia Ferreira Nascimento Siqueira, que substitui o Mestre em sua ausência, nada mais natural, pois Mestre Zé Expedito foi o primeiro a aceitar mulheres em seu grupo, as chamadas "Catopéias", o que acabou por ser adotado pelos demais Mestres de Catopê -; Iderielton Oliveira da Cruz, Mestre Tim, chefe da 1a. Marujada de Montes Claros (Vila Ipiranga); José Hermínio Ferreira Pinto, Mestre Zé Hermínio, que substituiu Tone Cachoeira como chefe da 2ª Marujada; Maria do Socorro Pereira Domingos, a Cacicona Socorro, chefe do Grupo de Caboclinhos ou Caboclada, cujos membros residem nos Bairros Santa Cecília e Tancredo Neves. Os Caboclinhos são ligados, junto à Marujada, à devoção ao Divino Espírito Santo!...

O Catopê é o mesmo zumbi ou congado de outros lugares, com características regionais; os Marujos ou Marujada exaltam os feitos dos marinheiros portugueses e os princípios cristãos da religião católica e os Caboclinhos ou Caboclada são uma folgança de reminiscência indígena, ou seja, representam os negros, os brancos e os índios, as três raças que formaram o povo brasileiro. Os Catopês ou Congado encontram-se em processo de "Registro como Bem Cultural Imaterial do Brasil", através do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Entre os grandes e autênticos apoiadores das Festas de Agosto, destaque absoluto para o notável e saudoso historiador e folclorista Hermes Augusto de Paula, o Hermes de Paula, autor de "Montes Claros - sua história, sua gente, seus costumes" (folclore), que relata a história ou trajetória das Festas, sem contar que oferecia a sua casa a Festeiros da família, como nós, e amigos, para ali realizarem o "Almoço", com destaque ainda para quem mais o fez ou faz, mas sem "inter-ferir" nas Festas, mantendo o devido, necessário, sério e respeitoso distanciamento...

Do passado, dentro da Cultura/Prefeitura, lembramos como bom exemplo de apoio e postura discreta Marilene Mourão, quando funcionária do Centro Cultural Hermes de Paula e os também grandes nomes da cidade que estão sempre a apoiar os grupos, com muitos outros apaixonados. Neste ano, além do bom trabalho de sempre do artista Claudim (Cláudio) Oliveira, da "Equipe de Eventos" da Secretaria de Cultura, outros nomes integraram a Comissão, para a confecção de novas "Saias de Fitas de TNT", que estavam já bastante deterioradas pelo tempo e vento, com a maioria suja, rasgada e, ainda assim, colocadas nas ruas, como "peças decorativas". As saias de fita neste ano são novas, sim, com destaque para os belos tambores, símbolos da Matriz africana das Festas, confeccionados com material reciclável pelo genial artista Charles Hermenegildo, e espalhados com brilho pelo trajeto da procissão, comitiva pomposa e acompanhamento das Festas.    
 
A riqueza do folclore (folk-lore) ou costumes, cultura popular de Montes Claros é imensa e infinitamente diversificada, mas nada como as Festas de Agosto ou a Festa dos Catopês para mexer profundo com a alma do povo montes-clarense e norte-mineiro, na verdade, de todo o povo sertanejo, mineiro, brasileiro, além de visitantes do mundo inteiro, a falarem a língua única de sublime encantamento!...


* Promotora Cultural, Historiadora e Jornalista

terça-feira, 15 de agosto de 2017

- EXPOSIÇÃO -

Catopê Contemporâneo

Por Prof. Me. Lucas Carvalho

As Festas de Agosto montes-clarenses contam com 178 anos de tradição. Patrimônio Imaterial mais emblemático da cidade e ícone dos festejos, o Congado daqui, conhecido pelo nome de “Catopê”, distingue-se dos seus parentes, pois que traz, nos seus cortejos, reis e rainhas infantes, ao invés de homens velhos.

Enquanto tradição enraizada à cultura local, o Catopê montes-claresense conserva, como é próprio das manifestações imateriais, seus signos particulares: a roupa branca, as fitas coloridas, os capacetes adornados com penas de pavão, os estandartes e cores referentes à Nossa Senhora do Rosário - azul; São Benedito - rosa e ao Divino Espírito Santo - vermelha; os cantos e saudações, dentre outras características que, quando somadas, dão o tom das celebrações e compõem uma imagem histórica e afetiva que move o imaginário coletivo dos habitantes da região.

Trata-se de imagem forte, que se produz exatamente a partir da recorrência. Dada a imaterialidade do patrimônio, sua preservação requer repetição; a manutenção dos seus atributos e sua reafirmação continuada por parte dos participantes, quando em ação nos dias de preparação e de festa. Dessa forma, as mudanças na tradição - ainda que inevitáveis - são pequenas e demoradas. A mobilidade da vida, passadiça, demanda a permanência iconográfica para o exercício da salvaguarda do objeto cultural.

Se, por um lado, pelo Catopê, a imagem busca a manutenção da estabilidade, por outro, pelo lado da Arte Contemporânea, a proposta é diametralmente avessa: desde a Modernidade, técnicas, temas e signos têm visto a sua elasticidade ser testada aos limites pelos artistas - neste meio, não há algo que não possa ser alterado, reformulado, ressignificado.

É desse cotejo entre tão distintos programas que nasce o nome da exposição aqui em cartaz e o desafio colocado por ela aos seus artistas: como abordar o tema do Catopê, integrando as “Festas de Agosto”, sem desvirtuar a tradição, mas não deixando de explorar as possibilidades de lida temática proporcionadas pelas linguagens contemporâneas.


  
O resultado, heterógeno como é de se esperar, igualmente aponta para dois lados que, em cada obra, se organizam de maneira exemplar, ora pendendo para um, ora pendendo para outro: o contraste, presente nesses jovens artistas, entre o cidadão global, fruto do espaço virtual de um mundo em intermitente conexão, e o cidadão regional, fruto da materialidade geográfica e das memorias de uma localidade específica.

Falam pelo primeiro o uso de técnicas que envolvem novas mídias, ou que referenciam elementos virtuais, o pensamento decolonial e a apropriação de referências diversificadas, como a cultura de massa, a linguagem jornalística ou os desenhos naturalistas de outra época.

E falam pelo segundo o respeito pelos valores da tradição, a sensibilidade para com a memória afetiva coletiva e seus ícones, a historicidade particular de muitas festas passadas na cidade e o desejo por contribuir para a celebração desse momento especial.

Universos aparentemente dissonantes, mas que aqui se unem por dois laços bastante específicos: a origem dos artistas, a maioria nascida e criada em Montes Claros ou redondezas, e um elemento particular, capaz de colocar em comunhão Patrimônio Imaterial e Arte Contemporânea: a artesania.

Assim como o Catopê produz seus capacetes e detalhes da roupa, ano após ano, a partir da mais pura destreza manual, agregando e organizando minuciosamente seus elementos, as obras da exposição “Catopê Contemporâneo” são resultado de igual investimento produtivo, cuidadosamente feitas pela manufatura particular de cada artista, que aos seus talentos e intenções aplicou alta dose de labor artesanal, mesmo que intermediado por dispositivos eletrônicos - são, ao seu modo, a peça que cada um pode produzir para participar da festa.



Com esse esforço coletivo, os artistas, acadêmicos e ex-acadêmicos do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Unimontes, demonstram, claramente, o que se espera de um curso de arte situado em espaço regional; olhar e atuar dentro das perspectivas expressivas do mundo contemporâneo, sem descuidar da cultura local. Esforço este compartilhado pelo Museu Regional do Norte de Minas, e por muitos outros listados aqui abaixo, que contribuíram enormemente para a montagem desta mostra.

Agradecimentos:
Profª. Marina Ribeiro Queiroz e toda a equipe do Museu Regional do Norte de Minas; Profª. Silvana Diamantino França, Lérica Veloso e equipe do PIBID; Pró-Reitor de Pesquisa Virgílio Mesquita Gomes e equipe da Pró-Reitoria de Pesquisa; ASCOM- UNIMONTES; Docentes do Curso de Licenciatura em Artes Visuais - UNIMONTES e Departamento de Artes; João Pimenta dos Santos, Mestre Zanza, Coordenador das Festas de Agosto e Presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros; Philipe Nunes; grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos e Raquel Mendonça, Gerente de Preservação e Promoção do Patrimônio Histórico e Cultural de Montes Claros/Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros.

*Matéria da Inter TV sobre a Exposição:
 G1 - Unimontes e CAA realizam programação especial durante as Festas de Agosto

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A Arte e Fatos deseja sucesso ao querido amigo, professor Lucas Carvalho, e o parabeniza por tão belo trabalho! Confiram a Exposição "Catopê Contemporâneo" que está montada no Museu Regional do Norte de Minas/Unimontes. Corredor Cultural Padre Dudu - Rua Coronel Celestino, n° 75. Centro Histórico de Montes Claros, onde permanecerá até outubro deste ano.

domingo, 13 de agosto de 2017

- Reflexão -


"Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
  E a vida reinventar!..."
                       por francisco, el hombre


NINGUÉM NOS DEFINE!


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

- Reflexão -

"A esperança é a virtude de um coração que não se fecha na escuridão, não se limita ao passado, mas sabe ver o amanhã! "
- Papa Francisco -

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

- Reflexão -

"O bem pratica-se e é eficaz sobretudo quando é feito sem procurar recompensa nem aparecer, nas diárias situações concretas da vida."
- Papa Francisco -

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