segunda-feira, 7 de julho de 2014

MEMORIAL DE CARLOS DRUMMOND 
PRESERVA A MEMÓRIA DO POETA E SUA HISTÓRIA

O Pico do Amor, em Itabira, local de inspiração do poeta Carlos Drummond de Andrade é também o lugar onde estudantes, pesquisadores, turistas e adeptos da literatura encontram tudo sobre um dos maiores escritores brasileiros.
Inaugurado em 31 de outubro de 1998, o Memorial Carlos Drummond de Andrade, está localizado na Costa leste do Pico do Amor, bairro Campestre, na cidade de Itabira, a 111 quilômetros da capital e foi criado para ser um centro de referência do poeta. O projeto arquitetônico foi doado pelo amigo e arquiteto Oscar Niemeyer e financiamento da construção do memorial ficou por conta da Prefeitura de Itabira e a Fundação Vale. Para Solange Alvarenga, coordenadora do memorial, o espaço reúne o maior acervo do poeta, e isso faz com que pessoas, em busca de informações sobre a vida e obra dele, agendem visitas. “ O Memorial Carlos Drummond de Andrade é uma instituição cultural, de natureza interdisciplinar, polo de estudo e de produção de informações e conhecimentos em torno de sua linha de acervo, ou seja, a casa da memória de Carlos Drummond de Andrade”, relata a coordenadora.
O acervo do Memorial é constituído por livros que pertenceram ao poeta (cerca de 800 volumes, dentre eles, obras de sua autoria e de outros autores) que foram encaminhados por ele entre 1975 e 1987 para a biblioteca pública Municipal Luiz Camilo de Oliveira Neto, em Itabira. Desse acervo bibliográfico encontram-se correspondências, fotos de amigos e familiares, dedicatórias, as primeiras obras publicadas por ele, autografadas e dedicadas a amigos escritores.
Essa coleção foi restaurada com os recursos do Fundo Estadual de cultura de Minas Gerais e da Caixa Econômica Federal, por meio do Projeto de Restauração da Coleção de Carlos Drummond de Andrade.
O Memorial é composto por obras e objetos raros sobre a vida de Drummond que foram doados por familiares e amigos, pela Fundação Cultural do Banco do Brasil e pela Biblioteca da cidade de Itabira. Além disso, DVDs com reportagens, entrevistas, documentários e depoimentos sobre a vida e obra do poeta. Também compõem esse acervo, a primeira máquina de datilografia dele, uma coleção de cartas recebidas de grandes escritores e familiares, videoteca, fotografias, objetos pessoais, prêmios literários e obras de artes feitas em sua homenagem.
Atualmente o Memorial abriga uma exposição permanente cujo tema é “Tempo, Memória e Poesia”, composta por um grande painel de fotomontagem, criado pelos artistas Marcio Sampaio e Marconi Drummond Lage. Nele, pode se ver a transcrição do poema “memória” em letras de 12 cm de altura, aplicado no alto da parede, na entrada do corredor. Faz parte também dessa exposição a “fotobiografia”, uma espécie de “linha do tempo” de Carlos Drummond de Andrade, com aplicação de textos biográficos e imagens correspondentes aos diversos momentos da vida do poeta.
O Memorial recebeu das mãos do Superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, Marconi Drummond Lage, um lote de 212 documentos inéditos, entre cartas, fotografias, postais e telegramas, do poeta Carlos Drummond de Andrade. As cartas são destinadas principalmente à mãe, aos irmãos e amigos.
Também foi adquirido um exemplar do livro “Alguma Poesia”, primeira edição autografada pelo poeta. Esses documentos foram higienizados, restaurados e acondicionados pelos funcionários da instituição sob a supervisão da restauradora Blanche Thaís Porto de Matos.
O documento mais antigo é um tipo de nota promissória de amizade (Banco da Amizade) de 1915, quando Drummond ainda assinava Carlito.
A Fundação Carlos Drummond de Andrade, responsável pela administração do espaço, conforme Decreto Municipal nº. 2497/1999, será responsável pela execução do projeto. O município de Itabira assumirá a contrapartida necessária para execução da obra.
O Memorial Carlos Drummond de Andrade funciona de terça a sexta, no horário de 8 às 18 horas e nos fins de semana e feriados, de 10:30 às 16:30.

Museu de Território Caminhos Drummondianos
O Museu de Território de poesia é o único no Brasil com quarenta e quatro placas espalhadas pela cidade de Itabira que traçam os caminhos vivenciados por Carlos Drummond de Andrade através das referências encontradas em seu contexto poético e formam o museu. O objetivo é possibilitar um maior contato do público com a poesia de Carlos Drummond de Andrade, bem como a divulgação do turismo cultural na cidade, dentro do Circuito do Ouro e Estrada Real. A primeira placa foi inaugurada em 13 de dezembro de 1997 e traz o poema “A Alfredo Duval”. Aproximadamente 10 mil pessoas entre estudantes e grupos diversos visitam o Museu de Território  Caminhos Drummondianos durante o ano.

Restruturação do Memorial
O projeto de reestruturação do Memorial Carlos Drummond de Andrade compreende um conjunto de intervenções físicas no bem cultural para protegê-lo, preservá-lo e adequá-lo às características originais do desenho criado por Oscar Niemeyer em homenagem ao grande amigo Drummond e entregue a sua cidade natal, Itabira, em 1998, em comemoração aos 150 anos do município.
O Memorial, tombado conforme Decreto Municipal nº. 3096, de 22/12/2000, está localizado no Pico do Amor, ponto turístico privilegiado pela paisagem panorâmica da cidade de Itabira e citado de forma recorrente na obra de Carlos Drummond. O local integra o roteiro do “Museu de Território Caminhos Drummondianos” e encontra-se, também, adjacente ao parque ecológico Mata do Intelecto.
A estrutura do local ocupa uma área de dois mil metros quadrados, compreendendo o monumento com o poema de Drummond, sala de projeção, espaço expositivo, sala de pesquisas e estudos, banheiros e cantina. Foi construído para ser o centro de referência, porém após executada a obra, foram detectadas desconformidades na edificação, prejudiciais à sua originalidade frente ao desenho original do acervo.
Serão necessárias intervenções, como correção de problemas na iluminação, infiltração na cobertura, estabilização de recalques estruturais de pequenas proporções, reconstituição de piso para viabilizar novo acesso, revisão de esquadrias nos aspectos de segurança, projeto paisagístico e entre outras.



FONTE:
JORNAL "BEM Informado" - IEPHA/MG
Belo Horizonte
Abril de 2014
Ano 07/N° 75

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Crônica -                          
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
      - O NOSSO GRANDE DRUMMOND -

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond passeia ainda calma e docemente 
Na minha leve e terna lembrança de moça poetisa do passado 
Por ele profundamente enlevada, mais que inspirada, apaixonada
Que um dia ousou reescrever sublimes versos seus 
Em páginas culturais que criava em antigos jornais da cidade
E dele recebia missivas gentis, cartões encantadores
Palavras densas e generosas que guardei inesquecíveis
No mais fundo do coração, da mais indescritível emoção. 

- Poucos bilhetes ou cartas sobreviveram entanto
Às inesperadas chuvas de agosto de 84
Que levaram grandes caixas de papéis e outros guardados
Poemas, crônicas, fatos e fotos que tão bem arquivava e conservava
Mas alguma coisa ainda há que conte
A nossa curta e eterna história de amizade! -

Feliz ao ler a sua "Poesia e Memória preservadas"
No jornal "BEM Informado" do IEPHA
Senti-me, por um momento, ao seu lado assentada
Como uma criança cheia de alegria e de esperança
No banco de praça itabirana onde permanece
Como merece, em homenagem eternizado
- Grande poeta que foi, na verdade "encantado" -

O sonho e a festa não acabam nunca
Para José, que é você, que somos todos
Depois de percorrer o verde, lindo e longo
"Território de Caminhos Drummondianos"
Entre os mais perfeitos da história da poesia
"Alguma e Toda a Poesia", eu lhe diria.

É possível vê-lo e ouvi-lo, Drummond, perene
Do Bairro Campestre para o mundo inteiro
E todo o "Tempo, Memória e Poesia"
Encontram-se em serena harmonia a cada dia:
Enfeitando de sonho e utopia a realidade
Fazendo menos dura a dor da inverdade
Devolvendo a fantasia de amor, felicidade!...


Devendo-lhe poemas "em verso e prosa" que bem o representem, em todo o seu infinito talento, brilho e grandeza, saúdo a sua presença ainda entre nós tão marcante e permanente, com o maior carinho, amizade e admiração do mundo!...


Raquel Mendonça.
* Passei a assinar meu nome assim nos jornais, atendendo a irrecusável pedido seu.

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