MEMORIAL
DE CARLOS DRUMMOND
PRESERVA A MEMÓRIA DO POETA E SUA HISTÓRIA
O Pico do Amor, em
Itabira, local de inspiração do poeta Carlos Drummond de Andrade é também o
lugar onde estudantes, pesquisadores, turistas e adeptos da literatura
encontram tudo sobre um dos maiores escritores brasileiros.
Inaugurado em 31 de
outubro de 1998, o Memorial Carlos Drummond de Andrade, está localizado na
Costa leste do Pico do Amor, bairro Campestre, na cidade de Itabira, a 111
quilômetros da capital e foi criado para ser um centro de referência do poeta.
O projeto arquitetônico foi doado pelo amigo e arquiteto Oscar Niemeyer e
financiamento da construção do memorial ficou por conta da Prefeitura de
Itabira e a Fundação Vale. Para Solange Alvarenga, coordenadora do memorial, o
espaço reúne o maior acervo do poeta, e isso faz com que pessoas, em busca de
informações sobre a vida e obra dele, agendem visitas. “ O Memorial Carlos
Drummond de Andrade é uma instituição cultural, de natureza interdisciplinar,
polo de estudo e de produção de informações e conhecimentos em torno de sua
linha de acervo, ou seja, a casa da memória de Carlos Drummond de Andrade”,
relata a coordenadora.
O acervo do Memorial é
constituído por livros que pertenceram ao poeta (cerca de 800 volumes, dentre eles,
obras de sua autoria e de outros autores) que foram encaminhados por ele entre
1975 e 1987 para a biblioteca pública Municipal Luiz Camilo de Oliveira Neto,
em Itabira. Desse acervo bibliográfico encontram-se correspondências, fotos de
amigos e familiares, dedicatórias, as primeiras obras publicadas por ele,
autografadas e dedicadas a amigos escritores.
Essa coleção foi
restaurada com os recursos do Fundo Estadual de cultura de Minas Gerais e da
Caixa Econômica Federal, por meio do Projeto de Restauração da Coleção de
Carlos Drummond de Andrade.
O Memorial é composto
por obras e objetos raros sobre a vida de Drummond que foram doados por
familiares e amigos, pela Fundação Cultural do Banco do Brasil e pela
Biblioteca da cidade de Itabira. Além disso, DVDs com reportagens, entrevistas,
documentários e depoimentos sobre a vida e obra do poeta. Também compõem esse
acervo, a primeira máquina de datilografia dele, uma coleção de cartas
recebidas de grandes escritores e familiares, videoteca, fotografias, objetos
pessoais, prêmios literários e obras de artes feitas em sua homenagem.
Atualmente o Memorial
abriga uma exposição permanente cujo tema é “Tempo, Memória e Poesia”, composta
por um grande painel de fotomontagem, criado pelos artistas Marcio Sampaio e Marconi
Drummond Lage. Nele, pode se ver a transcrição do poema “memória” em letras de
12 cm de altura, aplicado no alto da parede, na entrada do corredor. Faz parte
também dessa exposição a “fotobiografia”, uma espécie de “linha do tempo” de
Carlos Drummond de Andrade, com aplicação de textos biográficos e imagens
correspondentes aos diversos momentos da vida do poeta.
O Memorial recebeu das
mãos do Superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade,
Marconi Drummond Lage, um lote de 212 documentos inéditos, entre cartas,
fotografias, postais e telegramas, do poeta Carlos Drummond de Andrade. As
cartas são destinadas principalmente à mãe, aos irmãos e amigos.
Também foi adquirido um
exemplar do livro “Alguma Poesia”, primeira edição autografada pelo poeta.
Esses documentos foram higienizados, restaurados e acondicionados pelos
funcionários da instituição sob a supervisão da restauradora Blanche Thaís
Porto de Matos.
O documento mais antigo
é um tipo de nota promissória de amizade (Banco da Amizade) de 1915, quando
Drummond ainda assinava Carlito.
A Fundação Carlos
Drummond de Andrade, responsável pela administração do espaço, conforme Decreto
Municipal nº. 2497/1999, será responsável pela execução do projeto. O município
de Itabira assumirá a contrapartida necessária para execução da obra.
O Memorial Carlos
Drummond de Andrade funciona de terça a sexta, no horário de 8 às 18 horas e
nos fins de semana e feriados, de 10:30 às 16:30.
Museu de Território Caminhos Drummondianos
O Museu de Território de
poesia é o único no Brasil com quarenta e quatro placas espalhadas pela cidade
de Itabira que traçam os caminhos vivenciados por Carlos Drummond de Andrade
através das referências encontradas em seu contexto poético e formam o museu. O
objetivo é possibilitar um maior contato do público com a poesia de Carlos
Drummond de Andrade, bem como a divulgação do turismo cultural na cidade,
dentro do Circuito do Ouro e Estrada Real. A primeira placa foi inaugurada em
13 de dezembro de 1997 e traz o poema “A Alfredo Duval”. Aproximadamente 10 mil
pessoas entre estudantes e grupos diversos visitam o Museu de Território Caminhos Drummondianos durante o ano.
Restruturação do Memorial
O projeto de
reestruturação do Memorial Carlos Drummond de Andrade compreende um conjunto de
intervenções físicas no bem cultural para protegê-lo, preservá-lo e adequá-lo
às características originais do desenho criado por Oscar Niemeyer em homenagem
ao grande amigo Drummond e entregue a sua cidade natal, Itabira, em 1998, em
comemoração aos 150 anos do município.
O Memorial, tombado
conforme Decreto Municipal nº. 3096, de 22/12/2000, está localizado no Pico do
Amor, ponto turístico privilegiado pela paisagem panorâmica da cidade de
Itabira e citado de forma recorrente na obra de Carlos Drummond. O local
integra o roteiro do “Museu de Território Caminhos Drummondianos” e
encontra-se, também, adjacente ao parque ecológico Mata do Intelecto.
A estrutura do local
ocupa uma área de dois mil metros quadrados, compreendendo o monumento com o
poema de Drummond, sala de projeção, espaço expositivo, sala de pesquisas e
estudos, banheiros e cantina. Foi construído para ser o centro de referência,
porém após executada a obra, foram detectadas desconformidades na edificação,
prejudiciais à sua originalidade frente ao desenho original do acervo.
Serão necessárias
intervenções, como correção de problemas na iluminação, infiltração na
cobertura, estabilização de recalques estruturais de pequenas proporções,
reconstituição de piso para viabilizar novo acesso, revisão de esquadrias nos
aspectos de segurança, projeto paisagístico e entre outras.
FONTE:
JORNAL "BEM Informado" - IEPHA/MG
Belo Horizonte
Abril de 2014
Ano 07/N° 75
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Crônica -
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
- O NOSSO GRANDE DRUMMOND -
Carlos Drummond de Andrade |
Carlos Drummond passeia ainda calma e docemente
Na minha leve e terna lembrança de moça poetisa do passado
Por ele profundamente enlevada, mais que inspirada, apaixonada
Que um dia ousou reescrever sublimes versos seus
Em páginas culturais que criava em antigos jornais da cidade
E dele recebia missivas gentis, cartões encantadores
Palavras densas e generosas que guardei inesquecíveis
No mais fundo do coração, da mais indescritível emoção.
- Poucos bilhetes ou cartas sobreviveram entanto
Às inesperadas chuvas de agosto de 84
Que levaram grandes caixas de papéis e outros guardados
Poemas, crônicas, fatos e fotos que tão bem arquivava e conservava
Mas alguma coisa ainda há que conte
A nossa curta e eterna história de amizade! -
Feliz ao ler a sua "Poesia e Memória preservadas"
No jornal "BEM Informado" do IEPHA
Senti-me, por um momento, ao seu lado assentada
Como uma criança cheia de alegria e de esperança
No banco de praça itabirana onde permanece
Como merece, em homenagem eternizado
- Grande poeta que foi, na verdade "encantado" -
O sonho e a festa não acabam nunca
Para José, que é você, que somos todos
Depois de percorrer o verde, lindo e longo
"Território de Caminhos Drummondianos"
Entre os mais perfeitos da história da poesia
"Alguma e Toda a Poesia", eu lhe diria.
É possível vê-lo e ouvi-lo, Drummond, perene
Do Bairro Campestre para o mundo inteiro
E todo o "Tempo, Memória e Poesia"
Encontram-se em serena harmonia a cada dia:
Enfeitando de sonho e utopia a realidade
Fazendo menos dura a dor da inverdade
Devolvendo a fantasia de amor, felicidade!...
Devendo-lhe poemas "em verso e prosa" que bem o representem, em todo o seu infinito talento, brilho e grandeza, saúdo a sua presença ainda entre nós tão marcante e permanente, com o maior carinho, amizade e admiração do mundo!...
Raquel Mendonça.