Calaram-se os violões, silenciou o bandolim...
*Terezinha Jardim
Há um estranho silêncio nas noites montes-clarenses. Calou-se a Seresta
João Chaves, depois de quase 50 (cinquenta) anos cantando e encantando essas
plagas e outras tantas mais.
Já não se ouve o suave planger dos violões, o trinar mavioso do
bandolim; o canto do “Amo-te muito” já não ecoa mais nas noites entradas...
De infinita tristeza cobrem-se as lembranças de glórias
passadas, de memoráveis cantares aqui e alhures; sente-se saudade da voz poderosa
de Nivaldo dizendo cantando “que a beleza acordasse”; do cristalino timbre da
voz de Deinha (Adélia Miranda), com a sua “Ave Ferida”; do alegre “pupurri” do
Sesquicentenário, da elegia à Sertaneja, na voz de Hélio.
E tantas outras músicas, verdadeiros hinos que eram cantados pela Seresta João Chaves. Ouvíamos em silêncio, às vezes com lágrimas nos olhos, a Saudade ser interpretada por Clarice Maciel Chaves e várias outras canções.
Será que este silêncio é
definitivo?!
O
cinquentenário (50 anos - Bodas de Ouro) do Grupo de Seresta João Chaves está
próximo - 20 de abril de 1967 a 20 de abril de 2017. Ou será este silêncio apenas
uma pausa para o Grupo viver com dignidade o luto por Alice, Toledo, Dona Fina,
Virgílio, Beto, Denise e tantos outros, Raimundo Chaves, Luiz Procópio,
Gilberto Câmara, os quais, ao longo desses 50 anos, foram para o céu fazer lá
serenatas celestiais?
Com a palavra Adélcio Saraiva, atual diretor da “Instituição Musical
Grupo de Seresta João Chaves”.
Os admiradores da boa música seresteira e romântica agradecem!...