terça-feira, 26 de julho de 2011

RUBINHO CATOPÊ PARTIU SEM AVISO

Filho mais novo do saudoso casal, Dona Ambrozina de Sena Almeida e Seu Cypriano Celestino Almeida, ela prima em primeiro grau de meu avô materno José Joaquim Pereira - velhos moradores da Rua João Pinheiro com General Carneiro -, Rubens de Sena Almeida, o nosso muito querido Rubinho, partiu para a terra do para sempre no último dia quinze de julho - Dia de Nossa Senhora do Carmo -, às portas de novas Festas de Agosto, que tanto amava, sem prévio aviso nem aos parentes mais próximos e melhores amigos, como lembrou e cobrou Alberto Sena. A esposa Florizana (a guerreira Flor, de infinita fé e força interior!), duas vezes prima, pelos Souza Lima do pai, Seu Antoninho, e Veloso da mãe, Baianinha, na verdade, mais que prima, irmã, me tentou avisar do súbito e triste fato, até o meio da noite, mas o celular desligado, infelizmente, como quase sempre, atrasou a triste notícia.

Na manhã seguinte, religo o celular e lá estava a mensagem de Flor: "Rubim partiu". Em princípio não quis acreditar naquele estranho e direto recado - Flor sabe que nunca estou preparada para este tipo de notícia -, confirmado pela prima comum, Suely, de Paulo César Almeida, o que me partiu o coração e, como sempre, fui amparada por minha filha, que gostava muito dele também, e se lembrou mais tarde de sua presença em seu aniversário no ano passado, onde era só alegria, alegria pura e suave, ao mesmo tempo que vibrante, contagiante! Sim, ele havia partido. 

A notícia não combinava em nada com o Rubinho com quem havia convivido, menos ainda conversado dois dias antes. Ele me parecia muito bem, e alegre, como sempre; tranquilo e otimista, amenizou a angústia do meu coração, quanto a algumas preocupações de família. Mandei e-mail para Flor, que estava em BH, fazendo exames médicos, informando que estava tudo bem com ele e Cyrano, graças a Deus. Rubinho podia combinar com tudo, menos com dor, tristeza, lágrimas, melancolia. Talvez por isso tenha providenciado uma imagem tão bonita na despedida, soprando no ouvido de Flor os seus últimos desejos: o belo terno branco e impecável do casamento, que lembrava na cor o "uniforme" do catopê autêntico, legítimo de agosto, com que compartilhava a devoção a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo; o rosto lindo, lindo (o "bonitim" dos inúmeros amigos!!), a expressão serena, da mais absoluta e perfeita paz!

Parecia o Rubinho Catopê de tantas Festas de Agosto, com o filho Cyrano ao lado, de uniforme branco e capacete de fitas coloridas, na cabeça erguida em respeito aos santos festejos. O mesmo Rubinho do Grupo Banzé de Zezé, chorado, cantado e lembrado, em prosa, verso e melodias de saudade, por amigos e companheiros como Peré, Tino Gomes, Tico Lopes e Chorró.


Rubinho trazia sempre como que estampado no rosto o coração puro e bom, que em poucos vi na vida; o bom caráter, a seriedade, a serenidade, o espírito solidário e a atenção e consideração nunca alteradas dos verdadeiros amigos.


Chegara a nome de referência entre os Procuradores Federais, junto ao INCRA, transferindo-se para o INSS, e mais adiante não foi, como poderia, na brilhante carreira, porque tinha concepções e convicções pessoais (e sociais!) muito fortes, profundas e pertinentes, para um país que no mais das vezes insiste em saídas ou soluções pouco justas, adequadas e, sobretudo, definitivas à população dos "Sem Nada" ou quase nada. O conhecimento amplo e seguro na área em que atuava, a experiência, capacidade e competência inquestionáveis, o texto irretocável, mas a visão de mundo e justiça social muito além do que o presente lhe apresentava ou oferecia e com que não concordava. Daí as frases curtas, repentinas, inesperadas, mas certeiras, e que, para muitos, sem a mesma acuidade mental, soavam estranhas, indecifráveis, até! Toninho, esposo de Terezinha Lopes e testemunha da caminhada profissional proficiente de Rubinho, em Brasília, Florianópolis e Belo Horizonte, fez longo e emocionante depoimento na Missa de Ressurreição. E, nas palavras ou versos de Flor, a síntese do que representou, em toda a sua plenitude, grandeza e simplicidade, o ser humano que tão cedo e inesperadamente nos deixava.

Por uma dessas coincidências excepcionais, me lembrou Terezinha Fróes que, ma mesma idade e causa, se foram o pai Cypriano e o irmão, seu esposo, Sidney. Tarcísio faleceu no exterior. Ficam os irmãos Cristiano (Netinho) e a amiga e escritora Geralda Magela, além dos sobrinhos, primos e incontáveis amigos e amigas, porque "Rubim" sabia ser amigo, verdadeiro amigo, e por isso manteve muitos e muitos nos seus sessenta e dois anos de vida, que considero tenha sido longa, se contados os problemas recorrentes de saúde que enfrentava, mas que Flor considera - e é verdade! - foi muito curta, curtinha demais, pois tinham ainda muitos planos e sonhos a realizarem e sonharem juntos, ao lado do filho maravilhoso que é Cyrano, bênção de Deus na vida dos dois!

"Senhor, quem entrará no Santuário prá te louvar? Quem tem as mãos limpas e o coração puro, quem não é vaidoso e sabe amar". Essa música não me saia da cabeça e foi por mais de uma vez cantada em seu velório, que contou com as "bentas e abençoadas" presenças e palavras dos padres João batista Lopes, o primo "Padre dos Catopês" (Tio de Flor), Antônio Avilmar, Monsenhor Osanan e Fernando. Eu e Bi chegamos cedo à Santa Casa e só saímos, com o querido casal amigo Duca e Haroldo Lívio, depois de deixá-lo, carinhosamente, na última morada.

A Missa de Sétimo Dia, na Capela do Colégio Imaculada Conceição, repleta de familiares e amigos,   celebrada pelo querido Dom Geraldo Majela de Castro, Bispo Emérito de Montes Claros, quem celebrou, vinte e seis anos antes, o casamento de Rubinho e Flor. Foi concelebrada pelo também querido, tio Padre João Batista Lopes o "Padre dos Catopês".

Com o coração ainda triste e comovido, imagino-o nos bons e efervescentes "tempos da Cristal", que tão bem vivera, como lembra o grande historiador e amigo Haroldo Lívio; vejo de novo, de forma marcante, na lembrança, o seu sorriso sempre aberto e amigo; a alegria imensa - sublime dom de Deus! - que continuamente celebrava, mesmo que passando por problemas os mais difíceis, ou se lembrando de outros, tristemente inesquecíveis.

Rubinho, primo-irmão e companheiro indispensável de boas conversas, casos e risos, que para todos representou e representa, agora com mais força e poder maior, ao lado de Deus, momentos alegremente e saudosamente inesquecíveis!... 

Durma em paz, amigo fiel e querido, o sono bom e santo dos justos e dos anjos, como você, divinos, celestiais!... 


"A retirada, a retirada 
Ê meus camarada 
Ê meus camarada..."

Amiga Raquel.
                                           
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Trecho de mensagem da Família e Amigos:

“Meu amigo, que Jesus te envolva na maior e mais brilhante luz da compaixão. Que nossos amigos da espiritualidade te acolham com carinho e generosidade. Aqui, neste momento, está findada sua passagem, mas seguirá pela eternidade, pois Deus nos criou imortais e caminharemos sempre até sermos como Ele... Plenos. Paz, luz e entendimento, irmão”.        
                                                                       (Tino Gomes)
                                  
OBRIGADO SENHOR

Pelo filho amoroso,
Pelo irmão afetuoso,
Pelo amigo sincero,
Pelo profissional correto,
Pelo esposo presente,
Pelo pai zeloso,
Pelo Homem inteiro
que nos presenteastes na pessoa de RUBINHO.

Saudades eternas da esposa, filho, irmãos, familiares e amigos.

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