O grande poeta André Luiz Pereira Pinho quando homenageado
em BH pela Academia Mineira de Letra
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Nas palavras do poeta André Luiz, do Museu Regional do Norte de Minas, situado no Corredor Cultural Padre Dudu, no Centro Histórico de Montes Claros, "o poema é uma criação simples de um jovem negro periférico, em um dia de indignação com o mundo no qual vivemos".
O poema foi premiado entre os 15 finalistas do estado de MG no
ano de 2017, pelo 5º Prêmio SESI de Literatura, Festival organizado pela
FIEMG, em parceria com a Academia Mineira de Letras - AML e, como resultado,
publicado no livro "Prosas e Versos" da Editora SESI, também no ano
de 2017.
Palmas para André!!!...
Filhos do Gueto
por André Luiz Pereira Pinho*
Sou filho do gueto, da dor e do medo
Do sofrimento do branco e principalmente do preto
Sou do povo que sofre com o cruel descarrego
Dos cassetetes nas costas e dos socos no peito.
Sou filho do gueto, e nasci na pobreza
Na rua de terra e sem muito à mesa
Sou das ruas sem lei, onde se tem uma certeza
Que a bala de troco é na sua cabeça.
Somos filhos do gueto da opressão social
Da corrupção, da ganância, do preconceito brutal
E de tantas e tantas outras formas de se proliferar o mal
Somos filhos do gueto, todos nós, brancos, pardos e pretos
E que todo sofrimento não pode ser descrito, nem no maior soneto
Somos o penar de um povo, o preço de um sistema, enfim, filhos do gueto.