terça-feira, 1 de outubro de 2019

- Destaque Poético -


O grande poeta André Luiz Pereira Pinho quando homenageado
 em BH pela Academia Mineira de Letra

Nas palavras do poeta André Luiz, do Museu Regional do Norte de Minas, situado no Corredor Cultural Padre Dudu, no Centro Histórico de Montes Claros, "o poema é uma criação simples de um jovem negro periférico, em um dia de indignação com o mundo no qual vivemos".

O poema foi premiado entre os 15 finalistas do estado de MG no ano de 2017, pelo 5º Prêmio SESI de Literatura, Festival organizado pela FIEMG, em parceria com a Academia Mineira de Letras - AML e, como resultado, publicado no livro "Prosas e Versos" da Editora SESI, também no ano de 2017.

Palmas para André!!!...


Filhos do Gueto 
por André Luiz Pereira Pinho*

Sou filho do gueto, da dor e do medo
Do sofrimento do branco e principalmente do preto
Sou do povo que sofre com o cruel descarrego
Dos cassetetes nas costas e dos socos no peito.

Sou filho do gueto, e nasci na pobreza
Na rua de terra e sem muito à mesa
Sou das ruas sem lei, onde se tem uma certeza
Que a bala de troco é na sua cabeça.

Somos filhos do gueto da opressão social
Da corrupção, da ganância, do preconceito brutal
E de tantas e tantas outras formas de se proliferar o mal

Somos filhos do gueto, todos nós, brancos, pardos e pretos
E que todo sofrimento não pode ser descrito, nem no maior soneto

Somos o penar de um povo, o preço de um sistema, enfim, filhos do gueto.


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